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quarta-feira, 19 de agosto de 2020

Sigo cantando...

            

 "Sobe até Deus". Não esqueça de olhar para as setas, se não você pode se perder no caminho. Leia o que está em cada placa para não ser enganado, iludido e se desviar do caminho.

Começo meu caminho. Passo pela primeira placa e paro para construir um altar: ali adoro a Deus! Preciso destruir os altares que construí através da idolatria, deixando para trás os “outro deuses”, tudo que se coloca no lugar do verdadeiro Deus. Olhando para a placa vejo a pergunta: você crê? Prontamente eu respondo, “Eu creio Senhor!”. Se sou capaz de responder a essa pergunta posso continuar caminhando, seguindo as setas. Cada passo que se segue devo respirar. O respiro dos que creem é chamado oração. A oração nos traz sempre para o altar construído no começo da caminhada. e ali vamos nos encontrando com Deus em cada palavra ou gesto: rosto no chão ou elevado para o alto, de mãos postas e joelhos dobrados, no silêncio ou através de palavras repetidas. De pé, sentado, com braços abaixados ou erguidos. Com música, dança, silêncio ou vibração. A oração é sempre encontro. 

Sigo pelo caminho. Encontro uma segunda seta e nela vejo uma pergunta: qual o seu nome? respondo sem muito trabalho. Com simplicidade escrevo meu nome na placa. De repente vejo que o nome de Deus por toda a placa. Repito esse nome, faço isso muitas vezes. Daí percebo que esse nome não deve sair da minha boca e que não posso  usá-lo em vão. 

Vi que muitos já tinham passado por essa placa. Eles escreveram muitas vezes na placa: cuidado com a mentira! O proveito que se tira da mentira causa sempre um prejuízo. Por exemplo, quando se faz um juramento falso “se invoca Deus como testemunha de uma mentira” (CIC 2151). Dessa forma, se passa a questionar os que invocam a Deus, é até mesmo o próprio Deus. O que atesta a força de um testemunho  não é a verdade?  O próprio Senhor disse, “eu sou a verdade ” (Jo 14,6). Por isso, a verdade é uma pessoa, é Cristo Jesus, Senhor e Salvador, daí quando nosso testemunho é verdadeiro demonstramos a estreita relação entre palavra humana e palavra divina.

Para não falsificar a verdade devemos ter humildade. Aprendi cedo que a humildade é a verdade. Por isso mesmo devemos encontrar a verdade sobre Deus, nós mesmos e o nosso próximo.

Quando me pergunto sobre a verdade a respeito do ser humano me vem à cabeça o que o salmista diz: “Que é o homem – digo-me então –, para pensardes nele? Que são os filhos de Adão, para que vos ocupeis com eles? Entretanto, vós o fizestes quase igual aos anjos, de glória e honra o coroastes. Destes-lhe poder sobre as obras de vossas mãos, vós lhe submetestes todo o universo. Rebanhos e gados, e até os animais bravios, pássaros do céu e peixes do mar, tudo o que se move nas águas do oceano” (Sl 8).

Quando me pergunto sobre a verdade a respeito do meu próximo me vem a cabeça a Parábola do Bom Samaritano (Lc 10,25-32). A pergunta que se faz ao Divino Mestre é essa, “quem é o meu próximo?”. A parábola não só diz quem é o próximo mais ilustra como devemos agir com o nosso próximo.

É qual a verdade sobre Deus? São João nos diz de forma bem simples: “Deus é amor” (1 Jo 4,8). Essa é a grande verdade que cura toda mentira.

Cheio de alegria contínuo caminhando. O cansaço chega. Leio o que está escrito na terceira placa e vejo o convite: descanse para renovar suas forças. Depois siga! De repente me dou conta, “é domingo” momento de fazer memória do mistério pascal de Cristo. 

“O repouso assume, assim, um típico valor sagrado: o fiel é convidado a repousar não só como Deus repousou, mas a repousar no Senhor, devolvendo-Lhe toda a criação, no louvor, na ação de graças, na intimidade filial e na amizade esponsal” (DD 16). Me convenço que preciso repousar. Enquanto faço isso recordo o eterno primeiro dia da semana. Minha alegria se transforma em canção: 

Vida ou morte

ou vida de morte?

Parto de dor,

vida sem amor, campo sem flor.

Em vez da abundância das águas, a seca da nascente.

Vento frio, escuridão ao meio dia.

Jovens sem esperança, crianças sem brincar.

Ausência de lar, paz,

cor e calor.

Vida ou morte

ou morte de vida?

Espera-se um novo dia, onde a vida escondida

se torne conhecida.

Onde se abrirão os olhos dos cegos,

o ouvido dos surdos,

a boca dos mudos.

Com mãos fortalecidas e joelhos revigorados

soltaremos de cima dos telhados

o grito de vitória na madrugada

daquele eterno primeiro dia da semana.

É hora de continuar o caminho. 


Um comentário:

Maryluce disse...

Louvemos ao Senhor eternamente, em cada placa uma indicação de louvor, seja com subida, seja com descida.🙏