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sexta-feira, 29 de abril de 2022

O Espírito nos faz carta de Deus!

 Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

Oração inicial:

Vinde Espírito Criador, a nossa alma visitai
e enchei os corações com vossos dons celestiais.

Vós sois chamado o Intercessor de Deus excelso dom sem par,
a fonte viva, o fogo, o amor, a unção divina e salutar.

Sois o doador dos sete dons e sois poder na mão do Pai,
por Ele prometido a nós, por nós seus feitos proclamai.

A nossa mente iluminai, os corações enchei de amor,
nossa fraqueza encorajai, qual força eterna e protetor.

Nosso inimigo repeli, e concedei-nos a vossa paz,
se pela graça nos guiais, o mal deixamos para trás.

Ao Pai e ao Filho Salvador, por vós possamos conhecer
que procedeis do Seu amor, fazei-nos sempre firmes crer.

Amém!

Reflexão do dia:

"Uma virgem conceberá e dará à luz um filho, e o chamará Deus conosco”  (Is 7,14). 

     O povo da Bíblia alimentou uma esperança em torno da vinda do Messias que traria consigo a presença do Deus criador reconhecido igualmente como salvador. Essa figura ungida (cristo) por Deus foi descrita com muitos traços pelo profeta Isaías, entre eles, “Deus forte, pai eterno, príncipe da paz” (Cf Is 9,5). 

No tempo de Jesus começou uma discussão sobre a identidade do messias. Jesus dirige aos seus discípulos uma pergunta, “Quem os homens dizem que eu sou?” Depois de ouvir algumas respostas, ele volta a perguntar aos seus discípulos. “E vós, quem dizeis que eu sou?” Pedro toma a palavra e diz: “Tu és o Cristo”.

Os cidadãos que discutiam sobre a pessoa de Jesus, reconheciam que as profecias se cumpriam nele, mesmo que inúmeras vezes, o Senhor tenha precisado dizer que tipo de messianismo ele representava. 

O messianismo de Jesus é compreendido a partir do seu mistério pascal (paixão, morte e ressurreição) que se transformou no verdadeiro ato salvífico realizado em favor de toda a humanidade: “Mas Deus demonstra seu amor para conosco pelo fato de Cristo ter morrido por nós quando ainda éramos pecadores. Quanto mais, então, agora, justificados por seu sangue, seremos por ele salvos da ira. Pois quando éramos inimigos fomos reconciliados com Deus pela morte do seu Filho, muito mais agora, uma vez reconciliados, seremos salvos por sua vida” (Rm 5,8-10). 

A economia divina tem como projeto a salvação do homem e com ele, de toda a criação. Em cada linha da Sagrada Escritura se encontra esse projeto. É no chão da vida que se cultiva o desejo mais profundo do Senhor, que é salvar o homem, e é nesse mesmo chão que cresce a vida nova, graças a esse encontro. Foi assim que aconteceu com Pedro e Paulo, João e Tiago, André e Bartolomeu, Matias, Lídia, Clemente, Francisco, Inácio… eles se transformaram em um jardim que espalha cheiro de santidade. É o Espírito Santo que realiza esse projeto através de suas testemunhas escolhidas, que doam sua vida para que esse cheiro chegue a todos os cantos : “Somos para Deus o perfume de Cristo” (II Cor 2,15). 

O testemunho da Sagrada Escritura é da verdade que Deus revela para nos salvar. Palavra de Deus que comunica vida ao homem, que abre o caminho para realização integral de toda criatura. Pois Deus, “quer que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade” (1 Tm 2,4). Jesus, o Cristo, é a “verdade” (Jo 14,6) que veio salvar “o homem todo e todos os homens”. É preciso que essa verdade seja anunciada! 

Toda a Palavra de Deus é comunicação. Desde a sua primeira página: “Deus disse” (Gn 1,3) até a última: “O Espírito e a esposa dizem: vem” (Ap. 22,17) Ele se comunica para estabelecer uma relação de comunhão e fazer com que a criatura reconheça o Criador que o formou “a sua imagem e semelhança” (Cf. Gn 1,26). Nessa comunicação, Deus revela a verdade sobre si mesmo e sobre o homem, em um diálogo que chega ao seu ápice na Encarnação do próprio Filho que, revela o homem ao próprio homem, a fim de que esse chegue à felicidade. Sua Palavra se torna palavra humana, capaz de criar uma cultura de reciprocidade marcada pelo novo mandamento do amor (Cf. Jo 13). . 

Nesta cultura de reciprocidade, Deus envia o seu Filho para nos salvar. O Filho, envia o Espírito Santo, o “Paráclito” (Cf. Jo 14,16.26), o “prometido do Pai” (Cf. Lc, 24,49) para nos levar ao conhecimento da verdade. E o que nós devemos fazer? Deixar o Espírito Santo fazer crescer essa relação entre a mensagem e o mensageiro, “que a Palavra habite em vós” (Cl 3,16), até que se estabeleça uma relação de amizade e, por meio desse encontro “entre amigos”, uma disposição interior para ser “praticante da Palavra e não simples ouvintes” (Cf. Tg. 1,22a).

 

Por meio da ação do Espírito Santo, aquele que recebe a Palavra como uma verdadeira comunicação da verdade, faz um caminho de conversão eficaz, onde a divina mensagem se torna “uma lâmpada para os seus pés, luz para o caminho” (cf. Sl 119,105) dando ao crente condição de um reto discernimento sapiencial da realidade e a capacidade não só de ouvir, mas de pôr em prática a Palavra (Cf. Lc 8,21).

Essa é a mensagem que deve ressoar em nossa vida, acolhida como verdade capaz de operar uma verdadeira metamorfose. É o Espírito Santo que abre nosso entendimento a essa verdade, gerando a obediência da fé, a livre submissão a palavra ouvida. Essa Palavra, que é o próprio Cristo, é uma declaração de amor que deve ser lida. Por isso, devemos nos reconhecer como seus mensageiros, pois em nós foi escrita essa palavra de salvação: "Não há dúvida de que vós sois uma carta de Cristo, redigida por nosso ministério e escrita, não com tinta, mas com o Espírito de Deus vivo, não em tábuas de pedra, mas em tábuas de carne, isto é, em vossos corações” (2 Cor 3,3). 

Oração espontânea.

Oração final:

Vinde Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do Vosso Amor. Enviai o Vosso Espírito e tudo será criado e renovareis a face da terra.
Oremos: Ó Deus que instruíste os corações dos vossos fiéis, com a luz do Espírito Santo, fazei que apreciemos retamente todas as coisas segundo o mesmo Espírito e gozemos da sua consolação.Por Cristo Senhor Nosso. Amém

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