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sábado, 30 de abril de 2022

Espírito Santo, enviai os teus dons!

 

Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

Oração inicial:

Vinde Espírito Criador, a nossa alma visitai
e enchei os corações com vossos dons celestiais.

Vós sois chamado o Intercessor de Deus excelso dom sem par,
a fonte viva, o fogo, o amor, a unção divina e salutar.

Sois o doador dos sete dons e sois poder na mão do Pai,
por Ele prometido a nós, por nós seus feitos proclamai.

A nossa mente iluminai, os corações enchei de amor,
nossa fraqueza encorajai, qual força eterna e protetor.

Nosso inimigo repeli, e concedei-nos a vossa paz,
se pela graça nos guiais, o mal deixamos para trás.

Ao Pai e ao Filho Salvador, por vós possamos conhecer
que procedeis do Seu amor, fazei-nos sempre firmes crer.

Amém!

Reflexão do dia:

“Um renovo sairá do tronco de Jessé, e um rebento brotará de suas raízes. Sobre ele repousará o Espírito do Senhor, Espírito de sabedoria e de entendimento, Espírito de prudência e de coragem, Espírito de ciência e de temor do Senhor”. 

    Este é um oráculo de salvação. Se esperava a chegada do messias sobre quem repousaria o Espírito do Senhor com todos os seus dons para estabelecer um novo reino. 

“Um rebento do tronco de Jessé” é uma expressão usada pelo profeta para dizer que o Cristo vem da linhagem de Davi, o grande rei. Por isso, é importante para as comunidades cristãs, a genealogia de Mateus que filia Jesus a Davi, “Genealogia de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão” (Mt 1,1). Outros gritos também podem ser ouvidos testemunhando o reconhecimento de Jesus, como Filho de Davi, como por exemplo a Cananéia (Mt 15,22)  e os cegos à beira do caminho (Mt 20,30). 

Se Jesus é o novo Davi, ele veio para estabelecer um novo reino. Por isso, os discípulos queriam saber se havia chegado o tempo de ser restabelecido as antigas glórias do reino de Israel (Cf. At 1,6). A resposta do Ressuscitado vem acompanhada de uma promessa: “Mas, descerá sobre vós o Espírito Santo” (At 1,8).

“Repousar” e “descer” são dois verbos que demonstram a ação de Deus em nosso favor. Jesus é o messias esperado, e sobre ele repousa o Espírito do Senhor  do qual falou o profeta. E ainda, que esse mesmo Espírito vai descer sobre todos nós! 

O profeta Isaías anuncia que sobre o messias repousa o Espírito do Senhor que se manifesta através dos seus dons. Jesus, o Filho de Davi, é a plenitude de todos os dons. Ele prometeu “Descerá sobre vós o Espírito Santo” e cumpriu.

O Papa Francisco em uma catequese descreveu esse mesmo Espírito Santo como um presente, um “dom de Deus, por excelência" que deve ser acolhido. Na esteira da antiga profecia de Isaías, o Papa continua dizendo: “A Igreja identifica sete, número que simbolicamente significa plenitude, totalidade; são aqueles que aprendemos quando nos preparamos para receber o sacramento da Confirmação e que invocamos na antiga prece da chamada ‘Sequência ao Espírito Santo’. Os dons do Espírito Santo são os seguintes: sabedoria, entendimento, conselho, fortaleza, ciência, piedade e temor de Deus.

Uma das formas visíveis de perceber a manifestação do Espírito Santo são através dos seus dons. Todos temos dons naturais. Alguns dons são adquiridos. Tanto um como o outro, podem ser melhorados. É isso que faz o Espírito Santo, ele trabalha em nossa alma para santificar. Esse verbo pode ser substituído por aperfeiçoar. E é isso que o Espírito Santo faz, Ele trabalha para o nosso aperfeiçoamento: “É assim que o Espírito Santo dota os cristãos, concedendo-lhes determinadas forças para além das suas aptidões naturais e dando-lhes a oportunidade de se tornarem instrumentos especiais de Deus neste mundo” (YOUCAT 310). 

    Por ora, cabe a nós rezar pedindo ao Espírito Santo através desta oração mencionada pelo Papa, que os dons do Espírito Santo se renovem. Recorreremos a ação do Espírito Santo para que a nossa vida seja um dom para o mundo: 

Espírito de Deus, enviai dos céus um raio de luz!

Vinde, Pai dos pobres, dai aos corações vossos sete dons.

Consolo que acalma, hóspede da alma, doce alívio, vinde!

No labor descanso, na aflição remanso, no calor aragem.

Sem a luz que acode, nada o homem pode, nenhum bem há nele.

Ao sujo lavai, ao seco regai, curai o doente.

Dobrai o que é duro, guiai no escuro, o frio aquecei.

Dai à vossa Igreja, que espera e deseja, vossos sete dons

Dai em prêmio ao forte uma santa morte, alegria eterna!

Enchei, luz bendita, chama que crepita, o íntimo de nós!

Oração espontânea.

Oração final:

Vinde Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do Vosso Amor. Enviai o Vosso Espírito e tudo será criado e renovareis a face da terra.
Oremos: Ó Deus que instruíste os corações dos vossos fiéis, com a luz do Espírito Santo, fazei que apreciemos retamente todas as coisas segundo o mesmo Espírito e gozemos da sua consolação.Por Cristo Senhor Nosso. Amém

sexta-feira, 29 de abril de 2022

O Espírito nos faz carta de Deus!

 Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

Oração inicial:

Vinde Espírito Criador, a nossa alma visitai
e enchei os corações com vossos dons celestiais.

Vós sois chamado o Intercessor de Deus excelso dom sem par,
a fonte viva, o fogo, o amor, a unção divina e salutar.

Sois o doador dos sete dons e sois poder na mão do Pai,
por Ele prometido a nós, por nós seus feitos proclamai.

A nossa mente iluminai, os corações enchei de amor,
nossa fraqueza encorajai, qual força eterna e protetor.

Nosso inimigo repeli, e concedei-nos a vossa paz,
se pela graça nos guiais, o mal deixamos para trás.

Ao Pai e ao Filho Salvador, por vós possamos conhecer
que procedeis do Seu amor, fazei-nos sempre firmes crer.

Amém!

Reflexão do dia:

"Uma virgem conceberá e dará à luz um filho, e o chamará Deus conosco”  (Is 7,14). 

     O povo da Bíblia alimentou uma esperança em torno da vinda do Messias que traria consigo a presença do Deus criador reconhecido igualmente como salvador. Essa figura ungida (cristo) por Deus foi descrita com muitos traços pelo profeta Isaías, entre eles, “Deus forte, pai eterno, príncipe da paz” (Cf Is 9,5). 

No tempo de Jesus começou uma discussão sobre a identidade do messias. Jesus dirige aos seus discípulos uma pergunta, “Quem os homens dizem que eu sou?” Depois de ouvir algumas respostas, ele volta a perguntar aos seus discípulos. “E vós, quem dizeis que eu sou?” Pedro toma a palavra e diz: “Tu és o Cristo”.

Os cidadãos que discutiam sobre a pessoa de Jesus, reconheciam que as profecias se cumpriam nele, mesmo que inúmeras vezes, o Senhor tenha precisado dizer que tipo de messianismo ele representava. 

O messianismo de Jesus é compreendido a partir do seu mistério pascal (paixão, morte e ressurreição) que se transformou no verdadeiro ato salvífico realizado em favor de toda a humanidade: “Mas Deus demonstra seu amor para conosco pelo fato de Cristo ter morrido por nós quando ainda éramos pecadores. Quanto mais, então, agora, justificados por seu sangue, seremos por ele salvos da ira. Pois quando éramos inimigos fomos reconciliados com Deus pela morte do seu Filho, muito mais agora, uma vez reconciliados, seremos salvos por sua vida” (Rm 5,8-10). 

A economia divina tem como projeto a salvação do homem e com ele, de toda a criação. Em cada linha da Sagrada Escritura se encontra esse projeto. É no chão da vida que se cultiva o desejo mais profundo do Senhor, que é salvar o homem, e é nesse mesmo chão que cresce a vida nova, graças a esse encontro. Foi assim que aconteceu com Pedro e Paulo, João e Tiago, André e Bartolomeu, Matias, Lídia, Clemente, Francisco, Inácio… eles se transformaram em um jardim que espalha cheiro de santidade. É o Espírito Santo que realiza esse projeto através de suas testemunhas escolhidas, que doam sua vida para que esse cheiro chegue a todos os cantos : “Somos para Deus o perfume de Cristo” (II Cor 2,15). 

O testemunho da Sagrada Escritura é da verdade que Deus revela para nos salvar. Palavra de Deus que comunica vida ao homem, que abre o caminho para realização integral de toda criatura. Pois Deus, “quer que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade” (1 Tm 2,4). Jesus, o Cristo, é a “verdade” (Jo 14,6) que veio salvar “o homem todo e todos os homens”. É preciso que essa verdade seja anunciada! 

Toda a Palavra de Deus é comunicação. Desde a sua primeira página: “Deus disse” (Gn 1,3) até a última: “O Espírito e a esposa dizem: vem” (Ap. 22,17) Ele se comunica para estabelecer uma relação de comunhão e fazer com que a criatura reconheça o Criador que o formou “a sua imagem e semelhança” (Cf. Gn 1,26). Nessa comunicação, Deus revela a verdade sobre si mesmo e sobre o homem, em um diálogo que chega ao seu ápice na Encarnação do próprio Filho que, revela o homem ao próprio homem, a fim de que esse chegue à felicidade. Sua Palavra se torna palavra humana, capaz de criar uma cultura de reciprocidade marcada pelo novo mandamento do amor (Cf. Jo 13). . 

Nesta cultura de reciprocidade, Deus envia o seu Filho para nos salvar. O Filho, envia o Espírito Santo, o “Paráclito” (Cf. Jo 14,16.26), o “prometido do Pai” (Cf. Lc, 24,49) para nos levar ao conhecimento da verdade. E o que nós devemos fazer? Deixar o Espírito Santo fazer crescer essa relação entre a mensagem e o mensageiro, “que a Palavra habite em vós” (Cl 3,16), até que se estabeleça uma relação de amizade e, por meio desse encontro “entre amigos”, uma disposição interior para ser “praticante da Palavra e não simples ouvintes” (Cf. Tg. 1,22a).

 

Por meio da ação do Espírito Santo, aquele que recebe a Palavra como uma verdadeira comunicação da verdade, faz um caminho de conversão eficaz, onde a divina mensagem se torna “uma lâmpada para os seus pés, luz para o caminho” (cf. Sl 119,105) dando ao crente condição de um reto discernimento sapiencial da realidade e a capacidade não só de ouvir, mas de pôr em prática a Palavra (Cf. Lc 8,21).

Essa é a mensagem que deve ressoar em nossa vida, acolhida como verdade capaz de operar uma verdadeira metamorfose. É o Espírito Santo que abre nosso entendimento a essa verdade, gerando a obediência da fé, a livre submissão a palavra ouvida. Essa Palavra, que é o próprio Cristo, é uma declaração de amor que deve ser lida. Por isso, devemos nos reconhecer como seus mensageiros, pois em nós foi escrita essa palavra de salvação: "Não há dúvida de que vós sois uma carta de Cristo, redigida por nosso ministério e escrita, não com tinta, mas com o Espírito de Deus vivo, não em tábuas de pedra, mas em tábuas de carne, isto é, em vossos corações” (2 Cor 3,3). 

Oração espontânea.

Oração final:

Vinde Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do Vosso Amor. Enviai o Vosso Espírito e tudo será criado e renovareis a face da terra.
Oremos: Ó Deus que instruíste os corações dos vossos fiéis, com a luz do Espírito Santo, fazei que apreciemos retamente todas as coisas segundo o mesmo Espírito e gozemos da sua consolação.Por Cristo Senhor Nosso. Amém

quinta-feira, 28 de abril de 2022

O Espírito Santo nos faz viver um novo Êxodo

 Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

Oração inicial:

Vinde Espírito Criador, a nossa alma visitai
e enchei os corações com vossos dons celestiais.

Vós sois chamado o Intercessor de Deus excelso dom sem par,
a fonte viva, o fogo, o amor, a unção divina e salutar.

Sois o doador dos sete dons e sois poder na mão do Pai,
por Ele prometido a nós, por nós seus feitos proclamai.

A nossa mente iluminai, os corações enchei de amor,
nossa fraqueza encorajai, qual força eterna e protetor.

Nosso inimigo repeli, e concedei-nos a vossa paz,
se pela graça nos guiais, o mal deixamos para trás.

Ao Pai e ao Filho Salvador, por vós possamos conhecer
que procedeis do Seu amor, fazei-nos sempre firmes crer.

Amém!

Reflexão do dia:

“O Espírito do Senhor desceu sobre Otoniel (...) O Espírito do Senhor apoderou-se de Gedeão (...) O Espírito do Senhor desceu sobre Jefté” (Jz 3,10; 6,34; 11,29).

    Podemos dizer que os personagens têm algo em comum: o Espírito do Senhor desceu sobre eles. Essa força atuou para que uma realidade fosse transformada. O povo sofria, e esses “escolhidos” aparecem como salvadores, sendo capacitados para essa tarefa. 

    No tempo dos Juízes, existia um acontecimento que não podia ser esquecido. Deus, com seu braço forte e poderoso, os libertou da opressão, conduzindo-os à liberdade. Esse acontecimento se tornou tão importante que passou a ser celebrado a cada ano. É o Pessach, a festa da liberdade. 

    Esses personagens foram chamados por Deus para garantir que o povo permanecesse no caminho da verdadeira liberdade, longe de toda força opressora que insistia em dominar. 

O Espírito Santo quer descer sobre todos nós para podermos viver a verdadeira liberdade dos filhos de Deus. Só que às vezes, nos esquecemos desse chamado e acabamos nos desviando do caminho que foi aberto nesse novo êxodo da história. Por isso, o Espírito Santo levanta novos juízes, figuras carismáticas, que assim, como Otoniel, Gedeão e Jefté são revestidos de uma força profética. 

A Carta aos Hebreus menciona uma “nuvem de testemunhas” que foram importantes para manter o povo na direção do autor e consumador da nossa fé (Cf. Hb 12). Já a liturgia nos propõe uma reverência aos santos apóstolos e mártires: Pedro e Paulo, André, (Tiago e João, Tomé, Tiago e Filipe, Bartolomeu e Mateus, Simão e Tadeu, Lino, Cleto, Clemente, Sisto, Cornélio e Cipriano, Lourenço e Crisógono, João e Paulo, Cosme e Damião (oração eucarísrtica I). 

    Podemos aumentar ainda mais essa lista com os apóstolos, santos, profetas e mártires de ontem e de hoje! Se queremos ser cheios do Espírito Santo, olhemos a forma como esses homens e mulheres viveram. O Papa Francisco nos diz que todos aqueles que fazem parte dessa grande “nuvem de testemunhas” nos “incitam a não deter-nos no caminho, (...) a continuar a correr para a meta”. E ele ainda abre o horizonte quando diz que “entre tais testemunhas, podem estar a nossa própria mãe, uma avó ou outras pessoas próximas de nós (cf. 2 Tm 1, 5). A sua vida talvez não tenha sido sempre perfeita, mas, mesmo no meio de imperfeições e quedas, continuaram a caminhar e agradaram ao Senhor” (Gaudete et Exsultate).

    Não devemos fazer nossa caminhada sozinhos. Por isso, olhamos para trás e aprendemos com o testemunho dos que nos precederam. Eles nos ajudam a fazer uma trilha segura na direção da plenitude do Espírito Santo. Olhamos para os lados e fortalecemos nossa pisada junto com aqueles que vivem o hoje da fé. 

Como Deus derrama o Espírito Santo sobre todo povo, podemos vislumbrar sinais de santidade mais perto do que imaginamos, como nos recorda novamente o Papa Francisco: “Gosto de ver a santidade no povo paciente de Deus: nos pais que criam os seus filhos com tanto amor, nos homens e mulheres que trabalham a fim de trazer o pão para casa, nos doentes, nas consagradas idosas que continuam a sorrir. Nesta constância de continuar a caminhar dia após dia, vejo a santidade da Igreja militante. Esta é muitas vezes a santidade ‘ao pé da porta’, daqueles que vivem perto de nós e são um reflexo da presença de Deus, ou – por outras palavras – da ‘classe média da santidade’” (Gaudete et Exsultate). 

Chegamos aqui com a certeza de que nessa caminhada a maior obra do Espírito Santo é nos tornar SANTOS. Reze esse pequena oração atribuída a Santo Agostinho: 

Ó Espírito Santo, respirai em mim para que seja santo o meu pensar.

Impeli-me ó Espírito Santo, para que seja santo o meu agir.

Atraí-me, ó Espírito Santo, para que eu ame o que é santo.

Fortalecei-me, ó Espírito Santo, para que eu proteja o que é santo.

Protegei-me, ó Espírito Santo, para que jamais eu perca o que é santo. Amém.

Oração espontânea.

Oração final:

Vinde Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do Vosso Amor. Enviai o Vosso Espírito e tudo será criado e renovareis a face da terra.
Oremos: Ó Deus que instruíste os corações dos vossos fiéis, com a luz do Espírito Santo, fazei que apreciemos retamente todas as coisas segundo o mesmo Espírito e gozemos da sua consolação.Por Cristo Senhor Nosso. Amém

quarta-feira, 27 de abril de 2022

De Babel a PENTECOSTES

Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

Oração inicial:

Vinde Espírito Criador, a nossa alma visitai
e enchei os corações com vossos dons celestiais.

Vós sois chamado o Intercessor de Deus excelso dom sem par,
a fonte viva, o fogo, o amor, a unção divina e salutar.

Sois o doador dos sete dons e sois poder na mão do Pai,
por Ele prometido a nós, por nós seus feitos proclamai.

A nossa mente iluminai, os corações enchei de amor,
nossa fraqueza encorajai, qual força eterna e protetor.

Nosso inimigo repeli, e concedei-nos a vossa paz,
se pela graça nos guiais, o mal deixamos para trás.

Ao Pai e ao Filho Salvador, por vós possamos conhecer
que procedeis do Seu amor, fazei-nos sempre firmes crer.

Amém!

Reflexão do dia:

“E o Senhor os dispersou daquele lugar por toda a superfície da terra, e eles cessaram de construir a cidade. Por isso, foi chamada Babel, porque foi aí que o Senhor confundiu a linguagem de todo o mundo e daí dispersou os homens por toda a terra”(Gn 11,8-9). 

Babel significa literalmente confusão. Essa narrativa foi muito interpretada ao longo da história. Por exemplo, no Talmud existem lições que contam que a intenção dos construtores  era furar os céus com machados para escoar toda a água ali contida, tornando impossível um outro dilúvio. Com isso, eles demonstravam o interesse de desafiar a Deus. Uma outra lição fala de três grupos que tinham seus próprios planos para a torre. Um grupo planejava subir na torre, para ficar em segurança, caso um outro dilúvio acontecesse. Um segundo grupo queria usá-la como um santuário para cultuar outras divindades, incorrendo no pecado da idolatria. Uma interpretação semelhante foi feita por um rabino no século XV, que dizia que o propósito era transformar o lugar em um lugar de adoração para aclamação de todos. Ainda, um terceiro grupo queria usá-la como um terraço para enfrentar a Deus. 

No Midrash encontramos um ensinamento que revela o medo que os judeus tinham de que os céus fossem cair novamente depois de um período (a cada 1656 anos, para ser mais exato). Portanto, eles decidiram construir uma escorra  para apoiá-lo.

Todas as lições apontam para uma direção oposta a Deus. Diz a Escritura que eles buscavam ser “famosos”. Ou seja, eles queriam glórias para si mesmos. Se queremos ser cheios do Espírito Santo precisamos derrubar a torre de Babel que existe dentro de nós. Por isso, devemos arrumar nossa vida conforme a vontade de Deus. Se Babel representa confusão, o Espírito Santo é quem estabelece a ordem  estabelecida por Deus. 

Nos enganamos muitas vezes querendo ser a “própria torre”, iludidos com a falsa imagem que criamos. Para passar da confusão à ordem, devemos descobrir a verdade. E é o Espírito Santo quem revela essa verdade.

Quando me pergunto sobre a verdade a respeito do ser humano me vem à cabeça o que o salmista diz: “Que é o homem – digo-me então –, para pensardes nele? Que são os filhos de Adão, para que vos ocupeis com eles? Entretanto, vós o fizestes quase igual aos anjos, de glória e honra o coroastes. Destes-lhe poder sobre as obras de vossas mãos, vós lhe submetestes todo o universo. Rebanhos e gados, e até os animais bravios, pássaros do céu e peixes do mar, tudo o que se move nas águas do oceano” (Sl 8). 

Quando me pergunto sobre a verdade a respeito do próximo me vem à cabeça a Parábola do Bom Samaritano (Lc 10,25-32). A pergunta que se faz ao Divino Mestre é essa, “quem é o meu próximo?”. A parábola não só diz quem é o próximo mas ilustra como devemos agir com relação a ele.

É qual a verdade sobre Deus? São João nos diz de forma bem simples: “Deus é amor” (1 Jo 4,8). Essa é a grande verdade que cura toda ilusão. Deus nos cria com amor, por amor e para o amor. Jesus nos deixou como novo mandamento: “amai-vos uns aos outros como eu vos amei”. O Espírito Santo é o amor do Pai e do Filho. Recordamos um pequeno fragmento de Santo Agostinho  “O Amante, que é Deus Pai; O amado, que é Cristo; e O amor, que é o Espírito Santo”. 

O verdadeiro amor que o Espírito Santo infunde em nós (Cf. Rm 5,5) derruba a torre de Babel e restabelece a ordem querida pelo Pai, em Cristo Jesus. O que devemos fazer? Se submeter com gratidão! Assim, em nossa vida vai ser levantada uma nova torre, construída por Deus, para ser um farol a iluminar qualquer um que queira chegar ao céu. 


ORAÇÃO ESPONTÂNEA.

Oração final:

Vinde Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do Vosso Amor. Enviai o Vosso Espírito e tudo será criado e renovareis a face da terra.
Oremos: Ó Deus que instruíste os corações dos vossos fiéis, com a luz do Espírito Santo, fazei que apreciemos retamente todas as coisas segundo o mesmo Espírito e gozemos da sua consolação.Por Cristo Senhor Nosso. Amém

terça-feira, 26 de abril de 2022

Enviai o vosso ESPÍRITO!

  Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

Oração inicial:

Vinde Espírito Criador, a nossa alma visitai
e enchei os corações com vossos dons celestiais.

Vós sois chamado o Intercessor de Deus excelso dom sem par,
a fonte viva, o fogo, o amor, a unção divina e salutar.

Sois o doador dos sete dons e sois poder na mão do Pai,
por Ele prometido a nós, por nós seus feitos proclamai.

A nossa mente iluminai, os corações enchei de amor,
nossa fraqueza encorajai, qual força eterna e protetor.

Nosso inimigo repeli, e concedei-nos a vossa paz,
se pela graça nos guiais, o mal deixamos para trás.

Ao Pai e ao Filho Salvador, por vós possamos conhecer
que procedeis do Seu amor, fazei-nos sempre firmes crer.

Amém!

Reflexão do dia:

“Se tirais o seu respiro, eles perecem e voltam para o pó de onde vieram;  enviais o vosso espírito e renascem e da terra toda a face renovais” (Sl 103,4). 

O Espírito é quem cria e  recria a vida, e isso acontece através da oração. Esse é o meio pelo qual o respiro divino atua nos enchendo de vigor para renovarmos a face da terra. Sem a oração, o homem enfraquece, adoece e morre espiritualmente. 

 Em outro lugar o salmista ora dizendo assim: “A minha alma suspira por vós o meu Deus, assim como a corça suspira pelas águas correntes” (Cf. Sl 41). Assim como qualquer outro animal, a corça tem sede, ela busca água para saciar sua sede, por isso, o salmista usa esse exemplo para falar de uma outra sede que só é satisfeita em Deus. O Catecismo da Igreja Católica  nas suas primeiras páginas expressa essa necessidade: “O desejo de Deus está inscrito no coração do homem, já que o homem é criado por Deus e para Deus; e Deus não cessa de atrair o homem a si, e somente em Deus o homem há de encontrar a verdade e a felicidade que não cessa de procurar” (n. 27).

Usamos até aqui dois elementos fundamentais para a nossa sobrevivência:: o ar e a água. Não à toa, os dois são usados para simbolizar o Espírito Santo. Sem ambos, morremos. Isso nos leva a crer, que existe em nós uma necessidade de buscar incessantemente o Espírito Santo. E é através da oração que essa necessidade é satisfeita. 

No Evangelho de Lucas vemos Jesus como “homem de oração”. No começo de sua vida pública, por ocasião do batismo, ele “se achava em oração” (3,21). Quando ele precisou escolher seus discípulos “passou a noite inteira em oração a Deus” (6,12). Sua fama ia crescendo e multidões queriam ouvi-lo. Ele poderia ter se aproveitado dessa situação para adquirir prestígio social, privilégios e obter vantagens, mas não, preferia “os lugares desertos para orar” (Cf. 5,16). Foi justamente em uma dessas vezes que Jesus orava que um dos seus discípulos lhe pediu: “ensina-nos a orar” (11,1).

“Não é, porventura, ao contemplar primeiro o seu Mestre em oração, que o discípulo de Cristo sente o desejo de orar? Pode então aprendê-la com o mestre da oração. É contemplando e escutando o Filho que os filhos aprendem a orar ao Pai” (CIC 2601).

Jesus ensina o seu jeito de se relacionar com Deus, expõe seu segredo. O Pai Nosso é a síntese de seu projeto “Depois de o Senhor nos ter legado esta fórmula de oração, acrescentou ‘Pedi e recebereis’ (Jo 16, 24). Cada um pode, portanto, dirigir ao céu diversas orações segundo as suas necessidades, mas começando sempre pela oração do Senhor, que continua a ser a oração fundamental” (CIC 2761). 

A sobrevivência da nossa vida espiritual depende da vida de oração. Quando passamos a guardar esse tempo privilegiado vamos criando a condição essencial  para viver no Espírito. Se eu bebo água ou respiro, satisfaço uma necessidade de sobrevivência. Agora imagine, se vou a casa de alguns amigos para brincar e depois de um tempo, peço um pouco de água para beber. Se participo de uma corrida, e ao final, bebo água para me recuperar. Se vou a um parque, sento em um banco e começo a meditar. O que isso quer dizer? Que Deus quer que tenhamos vida, vida no Espírito. 

     Ainda no Evangelho de Lucas, ouvimos Jesus insistir para pedirmos o Espírito Santo (Cf. Lc 11,13). Quando guardamos esse tempo privilegiado para orar, recebemos o Espírito Santo, pois afinal, “quem pede, recebe!”.

Então, o que você está esperando? Ore e peça ao Espírito Santo a graça de ser habitado por Ele: .

Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do Vosso amor. Enviai, Senhor, o Vosso Espírito, e tudo será criado, e renovareis a face da terra.

ORAÇÃO ESPONTÂNEA.


Oração final:

Vinde Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do Vosso Amor. Enviai o Vosso Espírito e tudo será criado e renovareis a face da terra.
Oremos: Ó Deus que instruíste os corações dos vossos fiéis, com a luz do Espírito Santo, fazei que apreciemos retamente todas as coisas segundo o mesmo Espírito e gozemos da sua consolação.Por Cristo Senhor Nosso. Amém

segunda-feira, 25 de abril de 2022

O Espírito de Deus é CRIADOR.

 Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

Oração inicial:

Vinde Espírito Criador, a nossa alma visitai
e enchei os corações com vossos dons celestiais.

Vós sois chamado o Intercessor de Deus excelso dom sem par,
a fonte viva, o fogo, o amor, a unção divina e salutar.

Sois o doador dos sete dons e sois poder na mão do Pai,
por Ele prometido a nós, por nós seus feitos proclamai.

A nossa mente iluminai, os corações enchei de amor,
nossa fraqueza encorajai, qual força eterna e protetor.

Nosso inimigo repeli, e concedei-nos a vossa paz,
se pela graça nos guiais, o mal deixamos para trás.

Ao Pai e ao Filho Salvador, por vós possamos conhecer
que procedeis do Seu amor, fazei-nos sempre firmes crer.

Amém!

Reflexão do dia:

“Deus inspirou em suas narinas um sopro de vida e o homem se tornou um ser vivente” (Gn 2,7). 

O Espírito de Deus é Criador como reza o salmista, “pela palavra do Senhor foram feitos os céus, e pelo SOPRO de sua boca todo o seu exército” (22,6). A Palavra de Deus é criadora, portanto, geradora de vida.

Existe uma força criadora de Deus que ordena todas as coisas para a glória do seu nome de forma que podemos falar de um Evangelho da Criação (Cf. Laudato Si n. 62). Através do dom da ciência compreendemos o fim para qual se dirige cada obra da criação. Por isso que o profeta nos chama através da criação a louvarmos o Criador que dispôs tudo para o nosso bem: Obras do Senhor, bendizei o Senhor, louvai-o e exaltai-o pelos séculos sem fim!” (Dn 3,57).

Nós que vivemos na “casa comum” estamos cercados pelas obras da criação que refletem seu amor através desse livro estupendo. Sabendo disso, o salmista reconhece que não pode ir para longe do Espírito de Deus (Cf. Sl 139,6). Podemos respirar Deus através de suas obras pois “sentir cada criatura que canta o hino da sua existência é viver jubilosamente no amor de Deus e na esperança” (LS 85).  

Quase moribundo, São Francisco de Assis compôs o Cântico das criaturas que  demonstra o laço que nos une a todas as criaturas criando um ritmo cósmico de fraternidade:

“Louvado sejas, meu Senhor,
com todas as tuas criaturas,
especialmente o meu senhor irmão sol,
o qual faz o dia e por ele nos alumia.
E ele é belo e radiante com grande esplendor:
de Ti, Altíssimo, nos dá ele a imagem.
Louvado sejas, meu Senhor,
pela irmã lua e pelas estrelas,
que no céu formaste claras, preciosas e belas.
Louvado sejas, meu Senhor, pelo irmão vento
pelo ar, pela nuvem, pelo sereno, e todo o tempo,
com o qual, às tuas criaturas, dás o sustento.
Louvado sejas, meu Senhor, pela irmã água,
que é tão útil e humilde, e preciosa e casta.
Louvado sejas, meu Senhor, pelo irmão fogo,
pelo qual iluminas a noite:
ele é belo e alegre, vigoroso e forte”.

            No belo quadro da criação o ser humano aparece como obra prima do Criador. Deus soprou “o sopro da vida” (Cf. Gn 2,7) e o fez um ser vivente. Esse “sopro” o anima, dá vida aquele que é chamado a cuidar de toda obra criada. Ser animado pelo “Espírito de Deus”, é reconhecer nossa enorme dignidade diante de todas as obras criadas porque só nós somos chamados a ser “imagem e semelhança de Deus”.

            Diante dessa espetacular realidade atrevo-me a rezar de forma poética para exaltar aquele nos inspira:

A vida é a expressão mais bela da criação,

Um verdadeiro ato de amor.

União íntima do homem e da mulher,

O eu para o tu, o tu para o eu,

o nó  das entranhas geradoras.

Se tu soubesses o que é a vida,

Se inclinarias,

Dobrarias os teus joelhos 

Deslumbrado diante do mistério

Que dispôs com liberdade 

Para criar no amor.

Nada tenho, que não tenha 

recebido de vossa bondade,

Nada sou, sem o teu Espírito

que soprou em mim a eternidade. 

           A vida no Espírito cresce na relação com as obras criadas e no reconhecimento da interdependência que existe como nos ensina o Catecismo: “A interdependência das criaturas é querida por Deus. O sol e a lua, o cedro e a florzinha, a águia e o pardal: o espetáculo das suas incontáveis diversidades e desigualdades significa que nenhuma criatura se basta a si mesma. Elas só existem na dependência umas das outras, para se completarem mutuamente no serviço umas das outras” (CIC 340).

Cada obra criada é viva, portanto, tem um respiro. Quando lhe falta o respiro, morre. Respiração é vida e é isso que o Espírito comunica. O sopro divino se reparte para que a vida verdadeira cresça. Cada obra criada colabora com isso quando realiza aquilo para a qual foi criado. Nós somos obra prima da criação: “Façamos o homem à nossa imagem e semelhança (...) homem e mulher, Deus os criou”. Como criaturas que Deus dotou de razão, reconhecemos que nossa alegria está na comunhão com o Criador, fazendo sua vida crescer em nós. Quando nos apartamos D’Ele vamos morrendo, sua graça vai escapando, por isso, devemos respirar o Espírito, deixar seu sopro entrar e sair, para que “a face da terra seja renovada”. 

Oração espontânea.

Oração final:

Vinde Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do Vosso Amor. Enviai o Vosso Espírito e tudo será criado e renovareis a face da terra.
Oremos: Ó Deus que instruíste os corações dos vossos fiéis, com a luz do Espírito Santo, fazei que apreciemos retamente todas as coisas segundo o mesmo Espírito e gozemos da sua consolação.Por Cristo Senhor Nosso. Amém