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sexta-feira, 16 de fevereiro de 2024

Moisés, nascido das águas

 Naqueles dias, um homem da família de Levi tomou como esposa uma jovem da mesma tribo. A mulher concebeu e deu à luz um filho e, vendo como era belo, escondeu-o durante três meses. Como não podia mantê-lo oculto por mais tempo, arranjou uma cesta de papiro, calafetou-a com betume e pez, meteu nela o menino e colocou-a entre os juncos, à beira do Rio, enquanto a irmã dele se postava a certa distância, para ver o que iria acontecer-lhe. 

Ora a filha do faraó desceu ao Rio para se banhar, enquanto as suas damas de companhia passeavam ao longo da margem. Então ela avistou a cesta no meio dos juncos e mandou a uma serva que a fosse buscar. Abriu-a e viu a criança: era um menino a chorar. Teve pena dele e exclamou: «É um filho de hebreus». A irmã dele disse à filha do faraó: «Queres que eu vá procurar, entre as mulheres hebreias, uma ama para criar este menino?».«Vai.», respondeu-lhe a filha do faraó.

E a jovem foi chamar a mãe da criança. Disse-lhe a filha do faraó: «Leva este menino, a fim de o criares para mim, e eu própria te darei o teu salário». Então a mulher levou a criança e amamentou-a. Quando o menino cresceu, trouxe-o à filha do faraó, que o adoptou como filho e lhe deu o nome de Moisés, dizendo: «Salvei-o das águas». (Êxodo 2,1-6) 


Moisés nasce em uma realidade de sofrimento do seu povo. As crianças eram assassinadas, os mais jovens submetidos a trabalhos forçados e todos viam a liberdade com algo distante. Moisés nasce e é escondido, só que chegou a hora que não podendo mais esconde-lo, ele foi colocado dentro um cesto e posto nas margens do Rio Nilo (Cf. Ex 2,3). O curso providencial da mão de Deus fez com que as águas empurrassem o cesto até a filha do Faraó que imediatamente quis adotar essa criança hebreia. A irmã de Moisés acompanhava o cesto de longe, e quando viu o que aconteceu ofereceu seus serviços indo buscar uma mãe para amamentar aquele recém-nascido. O que é cômico no meio dessa enorme aflição é que, a mãe de Moisés tem novamente seu filho nos braços e ainda recebe um salário para fazer aquilo que outrora ela fazia sem nada em troca.  

  A história de Moisés, a criança “tirada das águas” é o começo do começo. Contemplamos com desgosto a opressão que abate o povo os transformando em “oprimidos”. Mas, ele sobrevive ao infortúnio da violência do Estado e vai ao longo do tempo compreendendo a escolha que Deus fez para libertar o seu povo da opressão. Ele foi chamado e diante dos enormes desafios, responde sim, e aquilo que era desgraça, da lugar a graça, a adversidade passa a ser oportunidade! 

Gostaria de brevemente fazer um elogio a mãe de Moisés. Ao ter essa criança, ela sabia que a alegria poderia se transformar em luto, mas mesmo assim, arriscou, porque “escolheu a vida e não a morte”. Diante da desumanidade que perseguia o seu povo, preferiu a humanidade. Ela cuida, protege e ama aquele menino sem saber o que o amanhã reserva. Ela é um sinal de esperança para muitos que se entregam ao desespero por causa da violência que espreita a porta de casa, ou que até mesmo, atinge, machucando quem passa a sofrer a dor, sem muitas vezes saber o que fez para merecer isso.

A violência é o rosto sombrio, perverso e indigesto da desumanidade. Existe esperança quando estamos diante da violência? sim, existe! A violência não tem a última palavra, e sim a paz que ecoa como um coral de vozes cujas palavras ressoam num som harmonioso. Ao longo da vida somos tentados a umedecer o canto da paz, dando voz a violência que grita querendo atenção. Fechemos os ouvidos a essa gritaria infernal e ouçamos o som da criação que sobe no palco do universo sendo ouvida em todos os cantos da casa comum. Aplaudamos cada criança que nasce pois ela esconde uma composição que o próprio Deus inscreveu em sua alma! Saudemos eufóricos a música de quem perdoou ou daqueles que passaram a se enxergar com compaixão. Toquemos o instrumento confeccionado pela madeira semelhante à da Cruz que em suas notas repetem a necessidade de amar com o mesmo amor com que Cristo nos amou.

  

4 comentários:

Anônimo disse...

Profunda reflexão.🙏🏾

Anônimo disse...

Excelente reflexao

Anônimo disse...

Grande verdade. O amor e vencedor e devemos ser vencedores com ele.

Anônimo disse...

Bela Reflexão Mestre , nossa vida as vezes no da uma segunda chance mesmo quando por por motivos quaisquer perdemos a chance inicial , isso eo Amor de Deus sendo derramado sobre nos , Deus abençoe vc meu amigo. Cesar :)