Páginahttps://www.vaticannews.va/pt.htmls

sábado, 27 de junho de 2020

Pedro, o capitão do barco

Ele se chamava Simão, filho de Jonas; de profissão, era pescador, assim como seu irmão André (Mt 4,18s; Jo 1,29ss).

Pedro, o pescador, foi chamado para “pescar almas”. Ele precisava continuar a lançar as redes para trazer almas para o Reino de Deus. Com Pedro aprendemos a pescar. Quem melhor para nos ensinar a pescar do que um pescador

Para o trabalho do pescador se faz necessário conhecer os instrumentos de trabalho (rede e barco) como também o próprio ambiente (mar). O barco é a Igreja, e é ela que nos faz atravessar o mar da vida. O mar da vida pode estar muitas vezes agitado, fazendo o medo tomar conta de nós. Mas, temos a convicção de que a voz de Jesus ecoa dizendo: “cala-te” trazendo a calmaria  novamente.

O Papa Francisco disse certa vez que o barco é uma imagem eficaz da Igreja “um barco que tem que enfrentar as tempestades e que por vezes parece estar sendo arrastado pelas ondas. Aquilo que a salva não são as qualidades e a coragem de seus homens, mas sim a fé que permite caminhar mesmo em meio a dificuldades. A fé nos dá a certeza da presença de Jesus ao nosso lado, de sua mão que segura a nossa para salvar-nos dos perigos”.

Jesus confiou a Pedro o leme do barco da Igreja. Pedro, o Papa, é aquele que o Senhor confiou a direção dessa barco que navega as vezes, por águas revoltosas, turvas, agitadas e as vezes por águas calmas, serenas, tranquilas. Mas, é um barco que nunca deixa de navegar. E desse barco que jogamos as redes para salvar as almas.

É Pedro quem diz: “pesquem, tragam para esse barco almas para Jesus”. O Papa é o nosso exemplo. O Papa é Pedro, o Papa é pescador. E é ele que diz como devemos fazer. A primeira coisa que aprendemos, portanto, é a permanecer no barco. A tentação já venceu a muitos que acabaram pulando do barco, abandonam a Igreja e passam a enfrentar o mar da vida nos seus próprios barcos. Muitos outros enfrentaram os desafios juntos dentro do barco, chamando os que estão a deriva para entrar (kerygma), tendo que cuidar dos que decidem entrar na barca (catequese), dando alimentação aos navegantes (o pão da Palavra e da Eucaristia), remédio aos doentes, esperança aos abatidos, vigor aos cansados. 

Não são poucas às vezes que divisões, disputas, intrigas e até mesmo violências ocorrem dentro do barco. Nessa hora, Pedro repete o que ele aprendeu do Divino Mestre: “perdoem 70x7”.

O pescador tem que conhecer o mar. Com isso quero dizer que os que seguem no barco que é a Igreja precisam conhecer o mar, que é o lugar que vivemos. A Igreja atravessa a história e tem testemunhado uma mudança de época, cheio de crises por todo o lado. Alguns chegaram a dizer que esse barco ia afundar. É verdade que muitos reparos precisaram ser feitos ao longo do tempo, mas o que alguns desconhecem é que esse barco não navega sem a presença de Jesus. Por isso, “ a experiência da fraqueza, da dúvida, do medo, da “pouca fé”, tudo muda: o vento acalma, a tempestade desaparece. E então todos se sentem unidos, na fé Nele. E adoram Jesus…” (Papa Francisco).

O mar precisa ser conhecido. O mundo precisa ser conhecido. Para “pescar almas” temos que conhecer o mar que pescamos. No mar da vida existem seres humanos de todo tipo: crianças, jovens, adultos, idosos. Solteiros e casados, ricos e pobres, profissionais, pais e mães, doentes e sadios. Negros, brancos, pardos, mulatos, índios, etc. No mar da vida existem um ontem, um hoje e uma amanhã. Existe uma história contada e recontada, lida e relida. Existem no mar da vida tantos outros barcos, que seguem a Igreja ou que se distanciam dela, e que até tentam impedi-las de navegar. 

O barco que navega no mar é agitado por ventos fortes. Ideologias ao longo da história que entram e saem. Os navegantes discutem entre si sobre essas ideologias e as vezes esquecem do que os levou ao barco: os ensinamentos de Jesus. O que tem levado a muitas disputas, intrigas e até mesmo violências tem sido as ideologias que colocam uns contra os outros. Quando os navegantes ouvem a voz de Pedro, escutam o apóstolo repetindo o que o Mestre diz “amai-vos uns aos outros como eu vos amei”.

Jesus diz a Pedro, “confirma os teus irmãos!” (Lc 22.31). Isso quer dizer, que de dentro do barco é Pedro que devemos ouvir. Ele, o Papa, é chamado por Deus para nos indicar o caminho por onde devemos ir. Pedro ouviu o Senhor dizer, “Eu sou o caminho” (Cf. Jo 14,6) por isso pode nos dizer, “vamos, esse é o caminho”. É a ele que Cristo ressuscitado diz, “apascenta”. Dito de outra forma, cuida desse povo que navega dentro do barco da Igreja. Isso Pedro não faz sozinho. Em comunhão com os outros apóstolos (Bispos) faz esse barco continuar sua travessia. Se queremos chegar na terra firme da glória de Deus, devemos permanecer firmes na Igreja mesmo em tempos de calmaria ou agitação.

 


Nenhum comentário: