Ele se chamava Simão, filho de Jonas; de
profissão, era pescador, assim como seu irmão André (Mt 4,18s; Jo 1,29ss).
Pedro, o pescador, foi chamado para “pescar almas”. Ele precisava continuar a lançar as redes para trazer almas para o Reino de Deus. Com Pedro aprendemos a pescar. Quem melhor para nos ensinar a pescar do que um pescador
Para o trabalho do
pescador se faz necessário conhecer os instrumentos de trabalho (rede e barco) como
também o próprio ambiente (mar). O barco é a Igreja, e é ela que
nos faz atravessar o mar da vida. O mar da vida pode estar muitas vezes agitado,
fazendo o medo tomar conta de nós. Mas, temos a convicção de que a voz de Jesus
ecoa dizendo: “cala-te” trazendo a calmaria novamente.
O
Papa Francisco disse certa vez que o barco é uma imagem eficaz da Igreja “um barco
que tem que enfrentar as tempestades e que por vezes parece estar sendo
arrastado pelas ondas. Aquilo que a salva não são as qualidades e a coragem de
seus homens, mas sim a fé que permite caminhar mesmo em meio a dificuldades. A
fé nos dá a certeza da presença de Jesus ao nosso lado, de sua mão que segura a
nossa para salvar-nos dos perigos”.
Jesus confiou a Pedro o leme do barco da Igreja. Pedro, o Papa, é aquele que o Senhor confiou a direção dessa barco que navega as vezes, por águas revoltosas, turvas, agitadas e as vezes por águas calmas, serenas, tranquilas. Mas, é um barco que nunca deixa de navegar. E desse barco que jogamos as redes para salvar as almas.
É Pedro quem diz: “pesquem, tragam para esse barco almas para Jesus”. O Papa é o nosso exemplo. O Papa é Pedro, o Papa é pescador. E é ele que diz como devemos fazer. A primeira coisa que aprendemos, portanto, é a permanecer no barco. A tentação já venceu a muitos que acabaram pulando do barco, abandonam a Igreja e passam a enfrentar o mar da vida nos seus próprios barcos. Muitos outros enfrentaram os desafios juntos dentro do barco, chamando os que estão a deriva para entrar (kerygma), tendo que cuidar dos que decidem entrar na barca (catequese), dando alimentação aos navegantes (o pão da Palavra e da Eucaristia), remédio aos doentes, esperança aos abatidos, vigor aos cansados.
Não são poucas às vezes que divisões, disputas, intrigas e até mesmo violências
ocorrem dentro do barco. Nessa hora, Pedro repete o que ele aprendeu do Divino
Mestre: “perdoem 70x7”.
O pescador tem que conhecer o
mar. Com isso quero dizer que os que seguem no barco que é a Igreja precisam
conhecer o mar, que é o lugar que vivemos. A Igreja atravessa a história e tem
testemunhado uma mudança de época, cheio de crises por todo o lado. Alguns
chegaram a dizer que esse barco ia afundar. É verdade que muitos reparos precisaram
ser feitos ao longo do tempo, mas o que alguns desconhecem é que esse barco não
navega sem a presença de Jesus. Por isso, “ a experiência da fraqueza, da dúvida, do medo, da “pouca
fé”, tudo muda: o vento acalma, a tempestade desaparece. E então todos se
sentem unidos, na fé Nele. E adoram Jesus…” (Papa Francisco).
O mar precisa ser conhecido. O
mundo precisa ser conhecido. Para “pescar almas” temos que conhecer o mar que
pescamos. No mar da vida existem seres humanos de todo tipo: crianças, jovens,
adultos, idosos. Solteiros e casados, ricos e pobres, profissionais, pais e mães,
doentes e sadios. Negros, brancos, pardos, mulatos, índios, etc. No mar da vida
existem um ontem, um hoje e uma amanhã. Existe uma história contada e recontada,
lida e relida. Existem no mar da vida tantos outros barcos, que seguem a Igreja ou que se distanciam dela, e que até tentam impedi-las de navegar.
O barco que navega no mar é
agitado por ventos fortes. Ideologias ao longo da história que entram
e saem. Os navegantes discutem entre si sobre essas ideologias e as vezes
esquecem do que os levou ao barco: os ensinamentos de Jesus. O que tem levado a
muitas disputas, intrigas e até mesmo violências tem sido as ideologias que
colocam uns contra os outros. Quando os navegantes ouvem a voz de Pedro, escutam
o apóstolo repetindo o que o Mestre diz “amai-vos uns aos outros como eu vos
amei”.
Jesus diz a Pedro, “confirma os teus irmãos!”
(Lc 22.31). Isso quer dizer, que de dentro do barco é Pedro que devemos
ouvir. Ele, o Papa, é chamado por Deus para nos indicar o caminho por onde
devemos ir. Pedro ouviu o Senhor dizer, “Eu sou o caminho” (Cf. Jo 14,6) por
isso pode nos dizer, “vamos, esse é o caminho”. É a ele que Cristo ressuscitado
diz, “apascenta”. Dito de outra forma, cuida desse povo que navega dentro do barco
da Igreja. Isso Pedro não faz sozinho. Em comunhão com os outros apóstolos
(Bispos) faz esse barco continuar sua travessia. Se queremos chegar na terra
firme da glória de Deus, devemos permanecer firmes na Igreja mesmo em tempos de
calmaria ou agitação.
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