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segunda-feira, 5 de dezembro de 2022

O povo considerava João um profeta


João Batista faz parte da lista dos grandes profetas do Antigo Testamento, como Amós, Oséias, Jonas, entre outros. Como profeta, ele é palavra viva, atualiza o hoje de Deus na história. Ele é filho de Isabel e Zacarias, e os seus pais cantam no Benedictus, a missão do filho: “E tu, menino, serás chamado profeta do Altíssimo, porque irás à sua frente a preparar os seus caminhos”. 

Alguns acham que João era o Messias, mas ele sabe quem é, reconhece que é simplesmente aquele que organiza a festa. Para celebrar bem essa festa, ele costuma chamar a conversão aqueles que vão até ele. Era como se ele dissesse aos seus ouvintes: vistam uma roupa nova, deixa essa roupa velha (II Cor 5,17), pois o “rei da glória vai chegar” (Cf. Sl 23,9).

Quando fazemos isso, é como se o próprio Deus rasgasse a veste marcada pelo pecado para colocar uma veste nova costurada por Ele mesmo. É vestido com essa nova veste que vamos receber aquele que “batiza com o Espírito Santo”. Vestir veste nova, significa arrepender-se do pecado. Isso muda a direção da nossa vida, e é isso que chamamos de conversão. 

Podemos dizer que conversão é escolher o caminho aberto pelo mistério pascal do Cristo. Por esse caminho, muitas passaram como Inácio, Perpétua e Felicidade, Ambrósio, Agostinho, Teresa e tantos outros que se transformaram em profetas da nova aliança. 

Como profeta, João Batista vive entre a antiga e a nova aliança. Ele traz consigo as antigas profecias que falam do Messias (Cf. Is 7,14)  e testemunha a chegada do próprio Messias a quem ele diz não ser digno de "desatar a correia de suas sandálias". 

Jesus olha para João e diz: "que se cumpra toda a justiça". Simbolicamente, podemos dizer que o grande profeta tira as sandálias de Jesus e calça em si mesmo. Calçar as sandálias do Cristo é assumir seu projeto. Pisar onde ele pisou, deixar as marcas da salvação por onde passar para que assim, realizemos nosso papel neste percurso que estamos fazendo nesse momento. 

João reconheceu seu lugar no plano da salvação. "Eu não sou o Messias", dizia ele. A alguns de seus discípulos ele dizia, "siga a Jesus" e a outros, "convém que ele cresça e que eu diminua". Nós precisamos também reconhecer o nosso lugar, e posso dizer, que disso depende nossa "alegria completa" (Cf. Jo 15,11). Nas idas e vindas vamos iluminando e sendo iluminados (Cf. Mt 5,16; Jo 8,12) para não perdermos o compasso e nem deixarmos de dar os passos na direção daquele que é "o princípio e o fim de tudo" (Cf. Ap 22,13).