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domingo, 29 de novembro de 2020

Vamos ser julgados!

 

    “Ficai atentos porque não sabeis quando chegará o momento”. Como não sabemos quando chegará o momento, devemos nos preparar. Nossa preparação é para a chegada desse momento, que pode ser de glória ou fracasso, alegria ou tristeza, festa ou desolação.  

    Que momento é esse que Jesus fala no Evangelho? O momento do juízo. O juízo de Deus vai se estabelecer, por isso seremos julgados. Vamos ser julgados no amor e pelo amor. Mas, devemos compreender o “momento”. O momento é o fim. Se é o fim, ele primeiro vai se dá através da nossa morte. A cada novo dia se anuncia esse mistério. Ele envia o seu aviso e isso causa alegria a uns e tristeza a outros. A morte é o fim do começo. Eis um paradoxo difícil de ser aceito: a vida atinge sua plenitude na morte. Ela se desenvolve no tempo e espaço e nossa história leva sua marca indelével. Teologicamente, cada dia traz consigo a vida e a morte de mãos dadas. Nós, criaturas débeis, queremos separa-las, mas elas insistem em andar juntas. Deus é Senhor da vida e da morte, o começo e o fim. Nós somos finitude, brevidade, sopro. Cristo, o Filho bendito do Pai venceu a morte, abriu para nós o caminho da eternidade. Com eles cantamos, "o morte, onde está tua vitória?" e proclamamos nossa suprema alegria.

    Esse momento é também anuncio de outro fim, onde o Reino de Deus será estabelecido definitivamente. No aqui e agora vamos fazendo com que o Reino aconteça, mas o que vivemos é apenas um vislumbre. Cantamos o Maranathá, “vem Senhor Jesus”, para então vermos “face a face, tal como ele é”.

    Até lá devemos nos preparar através de uma atenta vigilância. Devemos estar atentos ao que acontece, os sinais do tempos. Precisamos nos preparar porque o que se enfrenta é uma luta constante. Podemos ganhar ou perder. Por isso, devemos estar atentos para não sermos surpreendidos.

    Alguns acham que esse tempo nunca vai chegar, por isso se descuidam, se entregam desmedidamente aos prazeres. Outros chegam a achar que não há nada para esperar por isso agem como se tivessem que aproveitar ao máximo o que esse mundo pode oferecer. Dessa forma acabam se tornando frívolos, indolentes, perversos. Cabe a nós gritar de cima dos telhados que esse dia vai chegar. O Dono da Casa que deixou sua casa sob os nossos cuidados vai chegar. E quando ele chegar, ele vai querer saber se cuidamos da sua casa.

    Devemos viver cada dia como se a qualquer momento o dono da casa pudesse chegar. Nossa espera, portanto, deve ser cuidadosa. Foi a nós que o Dono Da Casa confiou sua casa. A nós ele confiou os seus bens. Como estamos cuidando do que nos foi confiado?

Olhe para você. Tens cuidado de você? Você é uma casa, comprada por um alto preço! Tens cuidado de você? Tens zelado pelo teu corpo e pela tua alma? Tens limpado, adornado a tua vida? Tens cuidado dos que vivem com você? Tens se importado com os que cruzam o teu caminho? Não se enganem, no fim, seremos julgados pelo cuidado que tivemos.